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2012 - Livro Vermelho 2013

Agarista niederleinii (Sleumer) Judd LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 30-08-2012

Criterio:

Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Agarista niederleinii ocorre em Campos de Altitude e Florestas nebulares associadas ao Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica, nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foi registrada entre 350 até cerca de 2.000 m de altitude, dependendo da região em que ocorre. Descrita como frequente em algumas localidades, a espécie se encontra protegida dentro dos limites de algumas unidades de conservação (SNUC), que resguardam amostram significativas de habitat para sua ocorrência. Bem representada em herbários, possui registros em áreas de diferentes estágios de regeneração, e por esses motivos, foi considerada "Menos Preocupante" (LC) em relação ao seu risco de extinção. Entretanto, faz-se necessário garantir a efetiva proteção das matas nebulares e campos naturais ao longo de sua distribuição, a fim de garantir sua perpetuação na natureza.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Agarista niederleinii (Sleumer) Judd;

Família: Ericaceae

Sinônimos:

  • > Leucothoe niederleinii ;
  • > Agarista niederleinii var. niederleinii ;
  • > Agarista niederleinii var. acutifolia ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Dados populacionais

A espécie apresentou baixa densidade absoluta (16 ind./ha) em 1.200 m² de trechos de floresta ombrófila densa altomontana na Serra da Igreja, município de Morretes, PR (Scheer et al., 2011).

Distribuição

Espécie endêmica do Brasil, de ocorrência em Mata Atlântica, nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Kinoshita;. Romão, 2012), em altitudes que variam entre 350 e 2.000 m.

Ecologia

Arbusto a árvore, terrícola (Kinoshita; Romão, 2012), atingindo até 5 m de altura (Luteyn et al., 1995). Espécies da família Ericaceae apresentam, geralmente, flores bissexuadas (Rapini, 2004).

Ameaças

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Detalhes A contaminação biológica por Pinus sp. na Serra do Ibitiraquire, que há poucos anos atingia apenas montanhas de menores altitudes, já é verificada em trechos mais elevados e em setores mais distantes das áreas antropizadas. Também foram encontradas outras espécies exóticas invasoras, como Lilium regale, Cortaderia selloana e Plantago australis, geralmente associadas a acampamentos (Mocochinsky; Scheer, 2008).

1.4.8 Power line
Detalhes As obras de infra-estrutura de telecomunicações ameaçam constantemente os ecossistemas em regiões montanhosas. Os problemas normalmente são agravados pelo fato de os executores das obras terem pouca ou nenhuma orientação quanto a técnicas de minimização de impactos. A instalação de uma antena de transmissão de ondas de rádio no Pico Caratuva, na Serra do Ibitiraquire, teve conseqüências desastrosas para os campos de altitude. Além da supressão da vegetação para a instalação dos equipamentos, foram abertas diversas clareiras desnecessárias. O transporte do material, feito inadequadamente por terra, gerou grandes impactos ao longo da trilha de acesso ao cume. Na mesma serra, em outra montanha, décadas após a construção de uma estrutura de telecomunicação, as conseqüências da falta de compromisso com a conservação do local ainda estão presentes. No local permanece grande quantidade de resíduos, como latões, vigas de aço e chapas metálicas, que foram literalmente descartadas em meio à vegetação (Mocochinsky; Scheer, 2008).

1.4.3 Tourism/recreation
Detalhes A conduta inadequada de pessoas em atividades recreativas vem causando impactos significativos aos campos de altitude do Paraná. Os mais comuns são o estabelecimento descontrolado de áreas de acampamento, abertura de trilhas e atalhos, uso inadequado do fogo e coleta de espécies vegetais para uso ornamental. Os impactos resultantes podem ser agravados com o estabelecimento de espécies exóticas invasoras nas áreas impactadas, que tendem a se propagar com maior vigor que a vegetação nativa em regeneração (Mocochinsky; Scheer, 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Lorenz-Lemke et al. (2010) destacam aspectos da conservação dos campos de altitude do Sul. Citando Behling (2002) e Behling; Pillar (2007), evidenciam que as áreas de campos de altitude do planalto Sul e Sudeste do Brasil são escassas e pequenas e estão sendo reduzidas ainda mais pelos atuais processos antropogênicos e que as maiores áreas de pastagem naturais (maior que 10.000 km²) foram substituídas por florestas de pinheiros exóticos e diversas práticas agrícolas, que são as principais ameaças à pastagem natural.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Presumivelmente Extinta" (PE) na Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- KINOSHITA, L. S.; ROMÃO, G. O. Ericaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB007460>. Acesso em: 04 de Julho de 2012.

- SCHEER, M. B.; MOCOCHINSKI, A. Y.; RODERJAN, C. V. Estrutura Arbórea da Floresta Ombrófila Densa Altomontana de Serras do Sul do Brasil. Acta Botânica Brasílica, v. 25, n. 4, p. 735-750, 2011.

- BAPTISTA, L. R. M. DE; LORSCHEITTER, M. L.; SCHERER, C. Floristic Composition of a Subtropical Bog, Eastern Plateau from Southern Brazil. Check List, v. 8, n. 2, p. 224-236, 2012.

- LUTEYN, J. L.; CLEMANTS, S. E.; DIGGS, G. M. ET AL. Ericaceae - Part II. The superior-ovaried genera (monotropoideae, Pyroloideae, Rhododendroideae, and Vaccinioideae p.p.). Flora Neotropica, v. 66, p. 560, 1995.

- RAPINI, A. Embriófitas, Material Didático, 2004.

- LORENZ-LEMKE, A. P.; TOGNI, P. D. MÜDER, G.; KREIDT, R. A.; STEHMANN, J. R.SALZANO, F. M.; BONATTO,. Diversi?cation of plant species in a subtropical region of eastern South American highlands: a phylogeographic perspective on native Petunia (Solanaceae). Molecular Ecology, v. 19, p. 5240-5251, 2010.

- MOCOCHINSKI, A. Y.; SCHEER, M. B. Campos de Altitude na Serra do Mar Paranaense: Aspectos Florísticos. Floresta, v. 38, n. 4, p. 625-640, 2008.

Como citar

CNCFlora. Agarista niederleinii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Agarista niederleinii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 30/08/2012 - 13:03:50